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Fonte: http://diario.iol.pt/desporto/arbitragem-arbitros-carlos-esteves-vitor-pereira/1041515-4062.html
10-02-2009
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Numa entrevista concedida à Lusa, o presidente do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) diz que se tem assistido a «erros grosseiros» dos árbitros, atribuindo-os a falta de concentração, mas também à pressão exercida sobre os juízes.
«São muitos erros. Alguns não são admissíveis. O que mais me choca muitas vezes são os foras-de-jogo», afirma Carlos Esteves em entrevista à Lusa. «A comunicação social e os clubes fazem muita pressão sobre os árbitros, o que pode fazer com que entrem para os jogos nervosos», prossegue, falando também em «falta de concentração dos árbitros».
Carlos Esteves não concorda de resto com algumas das opções que tem feito a actual Comissão de Arbitragem da Liga, nomeadamente a não nomeação dos árbitros após uma jornada em que tiveram exibições menos conseguidas. «Se um árbitro fez uma má arbitragem temos de lhe dar confiança dizendo: «Nós apostamos em ti». Se eu o paro, o homem desmoraliza. Devia ser-lhe dado um jogo logo a seguir, para ele não se sentir desmotivado», defende.
Mas defende o trabalho de Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem. «Tem feito um bom trabalho, sério e honesto», considera: «Não acompanho o dia-a-dia, mas aquilo que sei é que tem estado a fazer um trabalho sério e honesto. Não quero dizer que esteja bem a 100 por cento, vemos alguns erros. Às vezes custa compreender erros, mas a arbitragem não está tão mal como se diz.»
O dirigente reconhece de resto que «as coisas não pioraram com a delegação de competências da arbitragem na Liga, e até melhoraram em certos aspectos», mas considera positiva a existência de um órgão único que dirija a arbitragem, prevista na nova Lei de Bases do Desporto.
«Vai ser bom haver um conselho único, a situação de dois conselhos não é salutar para a arbitragem. A arbitragem deve estar toda concentrada no seio da FPF, que é a casa mãe do futebol. A Liga é um sócio ordinário da federação, não se justifica que a tenha», afirma.
Por outro lado, Carlos Esteves afirma-se totalmente contra a introdução de novas tecnologias na arbitragem: «No dia em que as novas tecnologias aparecerem deixam de existir erros do árbitro, a comunicação social deixou de ter importância, o futebol deixou de ter importância.»
Também qualifica como «uma loucura» a ideia de ter árbitros estrangeiros a dirigirem jogos nacionais. «Estou de acordo, desde que seja a UEFA a nomear, mas com um intercâmbio de árbitros de vários países», afirma, acrescentando que «os árbitros portugueses são tão bons como são os jogadores e os treinadores».
Carlos Esteves elege de resto a falta de árbitros como um dos grandes problemas do sector, lembrando que há cada vez menos jovens a seguir a arbitragem, sobretudo devido a «questões fiscais, que obrigam os jovens árbitros a declarar prémios»: «Já temos problemas a nível distrital, já há muitos conselhos em que muitos jogos não têm árbitros oficiais. É um problema complicado. Já houve conversas com o Governo para que autorize que a nível distrital esses prémios não sejam declarados.»
Antigos árbitros defendem mudanças na CA.
A Lusa falou por outro lado com os antigos árbitros internacionais Jorge Coroado e José Leirós, para quem a arbitragem portuguesa sofre um problema estrutural, que só poderá ser resolvido com mudanças na Comissão de Arbitragem (CA) da Liga.
«Não está bem definido o papel das pessoas, não há ligação entre presidente e árbitros. Há um afastamento, há uma atitude de altivez perante os árbitros», afirma Leirós, enquanto Jorge Coroado considera que «não é admissível que quem tem a acção disciplinar sobre os outros agentes desportivos tenha igualmente sobre os árbitros».
«Obviamente que o Vítor Pereira tem que sair e ser encontrada outra pessoa. Porque ele falhou», afirma Leirós, enquanto Coroado não fala em nomes, mas acha que a actual estrutura dirigente do sector «não defende os interesses da arbitragem», mas antes os «interesses pessoais de quem lá está».
«São muitos erros. Alguns não são admissíveis. O que mais me choca muitas vezes são os foras-de-jogo», afirma Carlos Esteves em entrevista à Lusa. «A comunicação social e os clubes fazem muita pressão sobre os árbitros, o que pode fazer com que entrem para os jogos nervosos», prossegue, falando também em «falta de concentração dos árbitros».
Carlos Esteves não concorda de resto com algumas das opções que tem feito a actual Comissão de Arbitragem da Liga, nomeadamente a não nomeação dos árbitros após uma jornada em que tiveram exibições menos conseguidas. «Se um árbitro fez uma má arbitragem temos de lhe dar confiança dizendo: «Nós apostamos em ti». Se eu o paro, o homem desmoraliza. Devia ser-lhe dado um jogo logo a seguir, para ele não se sentir desmotivado», defende.
Mas defende o trabalho de Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem. «Tem feito um bom trabalho, sério e honesto», considera: «Não acompanho o dia-a-dia, mas aquilo que sei é que tem estado a fazer um trabalho sério e honesto. Não quero dizer que esteja bem a 100 por cento, vemos alguns erros. Às vezes custa compreender erros, mas a arbitragem não está tão mal como se diz.»
O dirigente reconhece de resto que «as coisas não pioraram com a delegação de competências da arbitragem na Liga, e até melhoraram em certos aspectos», mas considera positiva a existência de um órgão único que dirija a arbitragem, prevista na nova Lei de Bases do Desporto.
«Vai ser bom haver um conselho único, a situação de dois conselhos não é salutar para a arbitragem. A arbitragem deve estar toda concentrada no seio da FPF, que é a casa mãe do futebol. A Liga é um sócio ordinário da federação, não se justifica que a tenha», afirma.
Por outro lado, Carlos Esteves afirma-se totalmente contra a introdução de novas tecnologias na arbitragem: «No dia em que as novas tecnologias aparecerem deixam de existir erros do árbitro, a comunicação social deixou de ter importância, o futebol deixou de ter importância.»
Também qualifica como «uma loucura» a ideia de ter árbitros estrangeiros a dirigirem jogos nacionais. «Estou de acordo, desde que seja a UEFA a nomear, mas com um intercâmbio de árbitros de vários países», afirma, acrescentando que «os árbitros portugueses são tão bons como são os jogadores e os treinadores».
Carlos Esteves elege de resto a falta de árbitros como um dos grandes problemas do sector, lembrando que há cada vez menos jovens a seguir a arbitragem, sobretudo devido a «questões fiscais, que obrigam os jovens árbitros a declarar prémios»: «Já temos problemas a nível distrital, já há muitos conselhos em que muitos jogos não têm árbitros oficiais. É um problema complicado. Já houve conversas com o Governo para que autorize que a nível distrital esses prémios não sejam declarados.»
Antigos árbitros defendem mudanças na CA.
A Lusa falou por outro lado com os antigos árbitros internacionais Jorge Coroado e José Leirós, para quem a arbitragem portuguesa sofre um problema estrutural, que só poderá ser resolvido com mudanças na Comissão de Arbitragem (CA) da Liga.
«Não está bem definido o papel das pessoas, não há ligação entre presidente e árbitros. Há um afastamento, há uma atitude de altivez perante os árbitros», afirma Leirós, enquanto Jorge Coroado considera que «não é admissível que quem tem a acção disciplinar sobre os outros agentes desportivos tenha igualmente sobre os árbitros».
«Obviamente que o Vítor Pereira tem que sair e ser encontrada outra pessoa. Porque ele falhou», afirma Leirós, enquanto Coroado não fala em nomes, mas acha que a actual estrutura dirigente do sector «não defende os interesses da arbitragem», mas antes os «interesses pessoais de quem lá está».
Fonte: http://diario.iol.pt/desporto/arbitragem-arbitros-carlos-esteves-vitor-pereira/1041515-4062.html
10-02-2009
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