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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O Nectar dos Deuses

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VINHO - O NECTAR DOS DEUSES!
Só para apreciadores.

A propósito das diversas "feira de vinhos" que por aí estão à nossa espera, nas mais diversas superfícies comerciais, deixo aqui, com a devida vénia ao CONTINENTE (www.continente.pt), algumas notas contidas num desses folheto promocional.

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Ao longo deste folheto pensámos que seria útil e esclarecedor abordar o assunto das melhores combinações do vinho com a comida, dividindo o país vinhateiro em três grandes zonas que, esperamos, possam auxiliar a sua viagem e selecção através da nossa garrafeira, feita a pensar em si.

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Atlântico de Portugal
Esta zona é regida pelo clima atlântico.
A maior humidade e precipitação, as menores amplitudes térmicas influenciam decisivamente o ano vitícola. Os solos têm alta percentagem de areia devido aos estuários dos rios e aos sistemas dunares. Estamos na zona de maior fertilidade dos solos, das hortas e da produtividade. É uma região com grande heterogeneidade de variedades (castas) de uva e todas elas amadurecem com maior dificuldade.
Basta lembrarmo-nos de um vinho minhoto ou da Beira Litoral: excelente na acidez natural, vibrante na boca enquanto jovem. As castas brancas Arinto e Alvarinho reinam numa lista rica e variada. Os vinhos do Atlântico têm um enorme espectro de combinação com a nossa gastronomia tradicional devido, justamente, à sua acidez elevada e à juventude dos seus taninos que se combinam com facilidade com as proteínas da comida.

A região atlântica tem uma barreira montanhosa que delimita o anfiteatro voltado para o oceano. As regiões de vinho do terrunho Atlântico são o Minho, a Beira Litoral (com a presença estruturante da Denominação de Origem Bairrada), a Estremadura, que mudou a sua designação para Lisboa e as ilhas dos Açores e Madeira.

Os vinhos do Atlântico têm um enorme espectro de combinação com a nossa gastronomia tradicional devido, justamente, à sua acidez elevada e à juventude dos seus taninos que se combinam com facilidade com as proteínas da comida. Com vinhos tintos, experimente a Chanfana, o Ensopado de Borrego ou Lampreia, na sua época. Para Brancos e Rosados delicie-se com o melhor peixe de costa ou com mariscos, tudo cozinhado com leveza.

Sul de Portugal
No grande Sul, liderado pelo Alentejo, está a preferência de um em cada dois consumidores portugueses quando seleccionam uma garrafa de vinho. Para além do grande “Mar Interior”, como lhe chama José Saramago, sob a influência deste terrunho Mediterrânico, seco e solarengo, que amadurece facilmente a uva, com planuras que facilitam a mecanização e a irrigação dos solos argilo-calcários ou arenosos pobres, encontram-se também o Ribatejo, agora com a nova designação Tejo, o Algarve e Terras do Sado, região protegida da brisa atlântica pelo maciço da Arrábida.

O grande Sul tem a maior homogeneidade de castas, com o domínio de Castelão, Aragonez e Trincadeira, nas castas tintas, e Roupeiro (designada por Síria) e Fernão Pires (designada por Maria Gomes) nas brancas. Também é comum a boa adaptação das castas internacionais, sobretudo Cabernet Sauvignon, Syrah e a branca Chardonnay. Aqui se faz o grande volume frutado e gostoso, os vinhos fáceis e redondos e aromaticamente expressivos, tão ao estilo do novo mundo e do consumidor internacional. Este desenho fácil remete para a comida ligeira a que nos acostumámos no nosso dia-a-dia, desde o peixe ou a carne branca de confecção simples até às cozinhas étnicas como a italiana.

Os vinhos tintos do Sul são gulosos, redondos, com taninos bem maduros e maior generosidade no teor alcoólico do que na acidez natural. Encantam logo ao primeiro contacto e são a companhia ideal para dois dedos de conversa, para comida quente de picoteio ou para as refeições normais e descomprometidas, sobretudo de carnes brancas. Nos assados e grelhados as estruturas químicas das proteínas e dos hidratos de carbono desnaturam-se, solidificam e caramelizam-se, com típicas alterações de cor e de aroma que podem sugerir uma combinação sensorial com vinhos fermentados e/ou estagiados em madeira. Pratos aromaticamente mais fortes pedem um contraponto aromático, arredondamento e presença adocicada do vinho. Caminhe para Sul.

Vales de portugal
Estamos no domínio das terras altas e dos vales profundos com a presença fluvial, do Cávado, do Douro e mais abaixo, do Dão, do Mondego e do Zêzere, porque se inclui toda a Beira Interior. Aqui o Homem submete-se às penas da viticultura de encosta, tendo sublimado a sua arte nos socalcos do Douro, património mundial desde 2001. Esta é a região da Touriga Nacional e da Tinta Roriz (que no Sul se denomina Aragonez). As castas brancas Gouveio e Malvasia também são comuns. A encosta dá origem a trabalhos totalmente manuais e a menores produtividades que geram vinhos naturalmente concentrados, de grande profundidade e elegância.

São vinhos originados nos solos pobres de granito e xisto e destinados às mesas nacionais e internacionais mais exigentes e de pratos ricos mas equilibrados. As regiões de vinho do terrunho dos Vales são as Terras do Douro e Beira Interior (com a presença dominante da Denominação de origem Dão).

Concentração natural é a característica essencial dos vinhos dos Vales. Carregados de cor, com muitos taninos que evoluem para posições elegantes, vinhos amplos, generosos e de longa guarda. Compatibilidade assegurada com pratos ricos mas equilibrados, de carne vermelha e de caça; desde os mais tradicionais como o Cozido à Portuguesa aos mais sofisticados como um bife com molho de café.

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Tábua de Queijos


Decantação e Arejamento
Não devemos abusar da decantação de vinhos. Este processo deve ser feito lentamente por forma a separar a borra natural de um vinho com alguma idade, da fase líquida. Em vinhos jovens, ainda com aromas de vinificação, podemos contribuir para a sua plenitude, vertendo vigorosamente o líquido para um decanter.



Temperaturas.
Tal como a cerveja, e ao contrário do que se pratica em Portugal, nenhum vinho deve ser consumido à temperatura ambiente. Os vinhos brancos e rosados devem ser servidos a uma temperatura entre 9 e 11 graus e os tintos entre 16 e 18 graus, ou seja, os vinhos tintos devem ser refrigerados! (Atenção à temperatura dos próprios copos).


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